Demorou o seu tempo mas chegou o “extra” prometido, nada mais nada menos que o filme Encarnação do Demónio a conclusão da trilogia do Zé do Caixão que chegou aos cinemas quase 40 anos depois e finalmente aterrou em 2008.
Tal como o Maestro Argento demorou a concluir a trilogia das “Três Mães” também o nosso coveiro favorito demorou cerca de 40 anos para finalizar a sua obra. Entre problemas técnicos e entre 5/6 vezes tentativas frustradas finalmente temos o produto final.
A pergunta que se coloca logo ao colocar o Blu-Ray no leitor é “Será que Mojica ainda está em boa forma para fazer um bom filme de terror?”, após os primeiros 10 minutos todas as dúvidas se dissipam.
Mojica com a sua habilidade e claro com ajuda externa apresenta-nos um trabalho competente, consegue até promover os seus filmes mais antigos sem precisar de grandes artifícios.
A história do filme é a seguinte, passado 40 anos Zé do Caixão é finalmente solto do seu cativeiro, a sua espera está Bruno o seu fiel “empregado” que nos foi apresentado no “Esta Noite Encarnarei no seu Cadáver”. Ao chegar a sua residência Zé do Caixão não esquece o sonho de ter um filho que lhe conceda a imortalidade através do seu sangue.
Mojica adapta-se bem a nova onda do cinema de terror . Se os seus filmes mais antigos tínhamos Zé em grandes diálogos filosóficos a roubar todas a cenas do filme, aqui Zé do Caixão divide os seus diálogos sobre a vida e a morte, com sangue e violência gratuita. Algumas torturas para agradar os novos fãs de terror,agora com mais liberdade sem problemas com a censura militar por isso podem esperar violência de fazer inveja alguns filmes americanos mas também usa e abusa de mulheres nuas, Mas para mim o mais importante é que mantém a sua matriz e não se esquece dos seus fãs mais antigos ao ponto de fazer pequenas homenagens aos seus filmes sem parecer pretensioso.
Mais interessante é o pequeno making off (o único extra que o blu-ray traz) onde vemos um Mojica a tentar adaptar-se as novas tecnologias como por exemplo a obrigação de filmar com som, algo que ele não estava habituado e ficamos também a saber que a maldição dos actores que morrem ao participar nos filmes do Zé do Caixão ainda são verdadeiras.
O Coveiro em 2008 arrumou a sua capa e cartola, mas tenho a certeza que não será por muito tempo. Pois o público merece mais Zé, e tenho a certeza que Mojica também assim o deseja.
Obrigado Zé! Até logo.
Nota: 7/10