O tempo que demorei acabar de ver o volume 1 da minha box da Hammer, foi quase o mesmo tempo que a produtora demorou a voltar a ribalta.
Antes de falar individualmente de todos os filmes que entram neste volume quero deixar aqui um link para o blogue do JC, ele que na criação do seu blogue aprofundou-me o conhecimento pela mítica produtora inglesa e deixou sem dúvida marca na bloguesfera : https://ajanelaencantada.wordpress.com/category/o-gotico-da-hammer/
Admito que comprei esta box totalmente as escuras, não sabia que filmes trazia e ainda hoje estou a tentar evitar a curiosidade de ler qualquer informação sobre a mesma incluído ler a capa de trás de cada volume.
Primeiro filme da box é o She [1965] para grande surpresa minha não era um filme de terror, mas sim com uma aventura a fazer lembrar o grande Indiana Jones mas sem metade do carisma que se espera nestes filmes de aventura,
Christopher Lee actor mais conhecido para mim dos estúdios Hammer tem um papel demasiado apagado e banal, enquanto a história segue o mesmo caminho de tantos filmes de aventura actuais e antigos em que perdemos 30m com os protagonistas a procura de uma “terra”, e passamos o resto do filme a espera que eles fujam da mesma, o único destaque vai para a Ursula Andress “actriz” que consegui-o o milagre de realizar 48 filmes [segundo dados do imdb] sem saber fazer uma representação minimamente convincente. Mas também não era para isso que ela lá estava certamente..
Após a primeira desilusão o segundo DVD traz The Nanny [1965] aqui temos apresentação de um thriller acima da média, ainda filmado a preto branco Bette Davis faz um papel fantástico com uma babysitter que trabalha com a mesma família durante anos, num tom clássico do nada é o que parece, The Nanny tem momentos que me fez lembrar o Misery do Stephen King certamente que existe alguma influencia do escritor neste filme. Momentos mais altos de esta obra para além da representação acima da média de Bette Davis, é a ver um criança a fumar “como gente grande”, e o final que vem no momento certo e não falha, pois o filme também está totalmente construído para essa conclusão.
Ao terceiro DVD as minhas mãos tremem antes de colocar o respectivo do leitor, vou finalmente ter o meu primeiro contacto com o monstro sagrado Christopher Lee a fazer de Conde Drácula. Primeiros minutos começam logo com a infelicidade ao descobrir que Dracula: Prince Of Darkness [1966] é uma continuação do primeiro filme, após o choque inicial vamos ao que interessa. O filme começa lento, acompanhamos dois casais a viajarem pela Europa fora até que por “obra” do acaso acabam por ir parar ao castelo do Conde Drácula mesmo quando foram avisados anteriormente para evitarem tais caminhos, após isso temos mais uns momentos para encher filme e construir o ambiente. Christopher Lee finalmente aparece em todo o seu esplendor, o que mais impressiona é que durante todo o filme o actor não diz uma palavra, mais tarde ao ver os extras Lee explica que se rejeitou a ler falas como “Eu sou o Apocalipse” entre outras, porque achava um crime os argumentistas não usarem excertos do livro original, Dracula Prince of Darkness pode ser um sequela mas faz um excelente trabalho e deixa-me curioso por saber se irei encontrar mais filmes do mesmo.
No quarto DVD está o meu filme favorito de este volume, PLAGUE OF THE ZOMBIES [1966 a vitalidade e a popularidade que a Hammer estava atravessar nos anos 60 em que se dava ao luxo de lançar filmes em simultâneo nos cinemas como foi o caso do filme anterior com este que vou falar. Já referi diversas vezes que os zombies são talvez a “criatura” do terror que mais me irrita, talvez porque poucos realizadores souberam usar o seu verdadeiro potencial. Plague of the Zombies usa os rituais “voodoo” para a criação dos mesmos o que acaba por ser uma lufada de ar fresco em comparação aos milhares de vírus que se soltam por ano para contaminar pessoas e filmes.. Os primeiros minutos do Plague parecia que íamos entrar no mundo dos rituais satânicos, que deu também azo a muitos filmes mais tarde pelo mesmo estúdio, mas o cenário muda de figura e vimos a descobrir que numa aldeia inglesa pessoas estão a morrer mais rápido que o normal, o Dr. Peter Tompson escreve uma carta ao seu professor de universidade Sir James Forbes para o vir ajudar a esclarecer o que está acontecer. Sir James Forbes aparece em boa hora, pois se o filme fosse levado pelo actor que interpreta Peter Tompson estaríamos em maus lençóis pois a sua técnica de representação é muito fraquinho. Quando o primeiro Zombie aparece é simplesmente arrepiante, e mesmo que não esteja com uma maquilhagem perfeita ou tão assustadora como nos dias de hoje consegue cumprir e agradar.
Para o final ficou Rasputin:The Mad Monk [1966] lançado também no mesmo ano que os dois filmes anteriores parece que foi realizado simplesmente para Lee mostrar quão versátil era ele, com uma história medíocre e com o único destaque para o habitual Christopher Lee, Rasputin não passa de mais um filme que simplesmente se esquece após a sua visualização ficando só na memória a mítica dança cigana de Lee novamente a mostrar que é um homem cheio de recursos.