The ABC’s of Death 2 pega exactamente na mesma formula do primeiro e da-lhe um toque mais profissional, mesmo não sendo grande fã de curta metragens acho que este tipo de filmes acaba por nos dar a conhecer realizadores que me podiam passar completamente ao lado. Vamos então aos filmes:
A for Amateur [E.L. Katz] – Que forma excelente abrir o filme, uma missão impossível versão amadora, engraçado sem grandes momentos de terror mas um boa escolha para abrir hostilidades.
B for Badger [Julian Barratt] – Mais uma curta virada mais para o humor que para o terror, mas com o problema de recorrer ao mínimo de found footage que é um estilo que odeio.
C for Capital Punishment [Julian Gilbey] – Na terceira curta o ambiente de terror/humor continua bem vincado, aqui finalmente começamos a ver algum sangue, violência e sem dúvida muito gore.
D for Deloused [Robert Morgan] – A primeira curta animada do filme com excelente qualidade, com momentos a fazer lembrar o Hellraiser principalmente os “vilões” da história a fazerem lembrar os Cenobitas.
E for Equilibrium [Alejandro Brugués] – Não tinha nenhuma ideia de andava a realizar os segmentos, quando mais tarde fui ver os realizadores descobri que esta curta era realizada pelo director do excelente “Juan de los Muertos” infelizmente a qualidade não se mantém, temos um boa curta sobre a evolução das relações e a piada final quase salvava a mesma mas ficou aquém das expectativas.
F for Falling [Aharon Keshales & Navot Papushado] – Realizadores israelitas que tem no seu currículo Rabies e Big Bad Wolfes aqui voltam novamente a usar o conflito Israel-palestiano, nada de especial passa completamente ao lado.
G for Grandad [Jim Hosking] – Demasiado simplista, uma curta sem qualquer elemento de terror ou suspense. Não basta ter sangue para ter qualidade, infelizmente parece que houve realizadores que pensaram que sim.
H for Head Games [Bill Plympton] – Director com mais de 65 filmes/curtas/series de televisão no currículo, aqui apresenta-nos um momento totalmente mindfuck. Eu como não tenho qualquer conhecimento do trabalho de este realizador passou-me ao lado. Para fãs do realizador certamente será uma delicia.
I for Invincible [Erik Matti] – Curta de um realizador filipino simplesmente básico e pratico, violento quanto baste mas nada de especial.
J for Jesus [Dennison Ramalho] – Curta brasileira com o argumentista do último filme de Zé do Caixão que vi “Encarnação do Demónio”, como é óbvio temos um filme relacionado com a religião e um terror violento, excelente surpresa.
K for Knell [Kristina Buozyte] – Ao inicio parecia que ia temos um tributo a Janela Indiscreta, depois simplesmente perde-se e fica muito por explicar, novamente uma curta que não me puxou interesse.
L for Legacy [Lancelot Oduwa] – O realizador de esta curta tem 73 filmes no seu currículo, realizador nigeriano aproveita a ideia dos rituais africanos para criar uma curta com ambiente a fazer lembrar os míticos filmes italianos dos anos 80 como o Holocausto Canibal.
M for Masticate [Robert Boocheck] – Uma curta cómica e pratica, sem grandes invenções mantém a curta num ritmo frenético até ao seu final, simples e eficaz.
N for Nexus [Larry Fessenden] – O efeito em cadeia demonstrado em todo o seu esplendor. Excelente momento de realização a conseguir manter o suspense até ao final.
O for Ochlocracy [Hajime Ohata] – A primeira curta a vir directamente do Japão, hilariante a ideia de finalmente alguém defender os zombies e as pessoas ser punidas por os matarem.
P-P-P Scary [Todd Rohal] – O segmento mais fraco de todos, mesmo as curtas menos interessantes conseguem ter mais argumentos que esta curta, simplesmente fraca.
Q for Questionnaire [Rodney Ascher] – Talvez a única curta que nos deixa com a vontade de ver mais além, o que poderia acontecer depois daquele final? Talvez um dia Rodney Ascher volte a pegar nesta ideia e faça uma longa metragem.
R for Roulette [Marvin Kren] – O final de esta curta acaba por estragar a mesma, um excelente momento de suspense durante todo o segmento, simplesmente para deitar tudo abaixo no momento final, tinha potencial para ser uma das melhores, deixou-se levar pela tendência dos finais em aberto.
S for Split [Juan Martinez Moreno] – Aqui temos todos os elementos do terror mais recente, invasão de privacidade, violência sem escrúpulos um bom momento de terror, com a capacidade de acompanharmos 2 momentos em simultâneo, será que alguém vai ter a coragem de fazer uma longa assim? Difícil mas seria curioso.
T for torture porn [Soska Sisters] – Antes de chegar ao segmento final, já tinha adivinhado quem tinha realizado este segmento, com a marca de Soska nada pode falhar, ainda acabamos por ver finalmente o Monstro do Lago na versão feminina o que pode falhar?
U for Utopia [Vincenzo Natali] – Tal como o segmento anterior, passado 20 segundos de este segmento ficamos logo com a ideia que isto tem dedo de Natali. Vivemos num mundo onde só os “belos” sobrevivem e existem maquinas que eliminam os “feios” simples, prático simplesmente Natali.
V for Vacation [Jerome Sable] – Recentemente elogiei aqui um filme de Sable, agora vou elogiar a curta. Mesmo que recorra um pouco ao “found footage” não esconde a câmara nos momentos certos. Violência quanto baste para agradar qualquer um. V não acrescenta nada de novo no mundo do terror mas é eficaz e por vezes é o que basta.
W for Wish [Steven Kostanski] – Manborg, Father’s Day são os filmes de apresentação de Kostanski aqui temos novamente uns excelente efeitos visuais e uma ideia que todos nós enquanto criança tivemos. Bons efeitos visuais, história um pouco fraca.
X for Xylophone [Alexandre Bustillo] – Bustillo não precisa de apresentações, deixou o seu nome bem vincado no mundo do terror com a sua trilogia “americana”, aqui desilude um pouco, a única parte que retemos de este segmento é o gore o resto apaga-se facilmente da memória.
Y for Youth [Sôichi Umezawa] – Filme asiático com os exageros habituais, mas com efeitos que nos deixam extasiados. Novamente um segmento pratico sem grandes alaridos.
Z for Zygote [Chris Nash] – Para terminar ficamos com uma curta totalmente estranha, onde os efeitos ganham mais protagonismo que a própria história, quando via este segmento não conseguia deixa de pensar em Fulci, talvez um tributo? Fica a ideia.
The ABC’s of Death 2 acaba por ser mais interresante que o primeiro, temos mais qualidade e diversidade. Pena que Álex de la Iglesia e Sion Sono não tenha participado como se previa, mesmo assim fico curioso por saber se haverá um terceiro filme, se tal acontecer aqui estarei para falar sobre ele.