Paura nella città dei morti viventi [1980]

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Violence is a Italian Art – Lucio Fulci

Luigi Cozzi disse na entrevista que acompanha este blu-ray “Itália fazia cerca de 300 filmes por ano..”. Agora imaginem para um fã de cinema de terror italiano entre outras seleccionar aqueles que conseguem ser os melhores e os piores, é sem dúvida uma missão quase impossivel, para não dizer suicida.

Paura nella città dei morti viventi [City of The Living Death] tresandava a “…E tu vivrai nel terrore! L’aldilà” por todos os poros, ao fazer uma pequena pesquisa descobri que estes dois filmes fazem para da trilogia não oficial “Gates of Hell”, admito que ainda sou ainda um leigo em termos de filmes de terror italianos logo não fazia a mínima ideia que Fulci tinha feito 3 filmes com o mesmo ambiente no mesmo ano.

City of the living death é um filme de zombies, com argumento de quatro paginas criado por Dardano Sacchetti, que deve ser o maior argumentista de filmes de terror italianos e que teve o privilégio de trabalhar com os maiores e melhores realizadores de essa fase tão prolifera do cinema italiano.

O filme novamente pega no tema dos “portões” do inferno abrirem-se e os mortos vivos andarem na terra, para tudo isto começar temos o suicido do padre Williams que sem qualquer explicação enforcar-se no inicio do filme.

Mary Woodhouse [Catriona MacColl actriz que trabalhou com Fulci nos três filmes da trilogia] está a fazer uma sessão de espiritismo para tentar descobrir onde está acontecer o suicido do padre para assim impedir que os mortos vivos “levem a melhor”.

Após uma suposta morte da nossa actriz principal ela junta-se a um jornalista para tentarem descobrir a cidade onde o Apocalipse vai começar e juntos vão tentar salvar a humanidade.

Sobre a história em si estamos conversados, com um argumento com 4 páginas não se pode esperar um grande desenvolvimento emocional das personagens, e aqui a mestria de Fulci e com uma equipa de excelentes maquilhadores se faz uma história, um grande louvor a Franco Rufini  que consegue transformar o meu ódio de estimação: “Zombies” em mortos vivos realmente assustadores.

Fulci aceitou fazer o City of the living death pois tinha tido um sucesso estrondoso com Zombi 2 [espero brevemente adquirir o blu-ray e falarei certamente dele aqui], mas aqui em vez de se deixar influenciar somente pelos Zombies de Romero, deixa-se também influenciar pelas histórias de Lovecraft e pelas histórias macabras da América sulista, dois ingredientes explosivos que adicionados a paixão que Lucio tinha pela violência humana, entrega-nos aquilo que ele sabe fazer de melhor sangue e tripas.

Cenas como Bob [Giovanni Lombardo Radice actor de culto que participou talvez em todos os grandes filmes de terror do cinema italiano como Canibal Ferox entre outros] a ser perfurado por uma broca ou uma rapariga a vomitar as suas próprias entranhas são imagens que nos marcam.

Mas felizmente Fulci não vivia só de violência gráfica, o ambiente sinistro que ele consegue criar dentro do cemitério na parte final do filme é algo que não se consegue ver nos dias de hoje.

A Arrow Filmes volta novamente a presentar-me com um blu-ray de qualidade com mais de 4 horas de extras onde posso destacar as entrevistas a Catriona MacColl que admite que não queria fazer os filmes com Fulci pois não lhes via nenhuma complexidade, só os fez porque o seu agente convenceu-a a fazer os filmes para ganhar dinheiro e viajar até Itália, e no pensamento dela os filmes nunca iriam ter sucesso e ia ser esquecidos facilmente, fica hoje ainda perplexa com o culto que os filmes de Fulci hoje tem.

Giovanni Lombardo tem exactamente o mesmo pensamento que Catriona, não consegue perceber o sucesso mas por outro lado pensa que os filmes de antigamente se pareciam mais humanos,

Giovanni e Catriona se um dia lerem o meu blogue eu posso-vos responder a vossa perguntar, os filmes de terror actuais são uma comédia, ou temos espíritos, ou temos “found-footages”, somos bombardeados todos os dias com terror de qualidade duvidosa. Fulci entre outros sabiam oferecer aquilo que se procura num filme de terror, ambiente, violência e mesmo por vezes comédia mesmo que seja involutária, com um orçamento minúsculo. Deixavam os efeitos especiais mais humanos e menos “espalhafatosos”, mas sem dúvida que é uma pergunta pertinente. Eu deixo a mesmo pergunta a quem me segue, ou perde tempo a ler as barbaridades que aqui escrevo. “Por que o amor pelo cinema de terror italiano?”

Em jeito de conclusão os extras tem entrevistas e entre mini documentários sobre o filme e não só. Vale cada “pence” ou “cêntimo”.

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