Cada vez que vejo um filme de Cronenberg fico surpreendido com a qualidade das suas obras, facilmente entra num “top” qualquer de melhores realizadores de terror sem precisar de esforçar muito, a forma como consegue reinventar os o género de terror é algo que me deixa sem dúvida impressionado.
Shivers é a sua primeira longa “oficial” depois de vários filmes para TV e um esquecido “Stereo” em 69. Escrito e realizado pelo próprio e com fortes influencias do mundo zombie de Romero, Shivers mistura tudo o que caracterizou mais tarde as suas obras, gore visceral, erotismo e terror de qualidade.
Os primeiros 10 minutos de Shivers mostra-nos logo que Cronenberg não deseja criar um ambiente clássico dos filmes de zombies, ele passa logo ao ataque para deixar o espectador logo surpreendido, a morte inicial de uma jovem seguida do suicido do assassino sem qualquer explicação inicial corta logo aquele momento de acomodação, em que ainda nos estamos habituar ao nosso lugar.
A partir daqui descobrimos que um cientista andava a criar parasitas para ajudar no transplante de órgãos ou pelo menos era o que se julgava ao inicio. Esses mesmo parasitas ao apoderam-se do seu “hospedeiro” neste caso de um ser humano, e as consequências são a libertação de um desejo sexual incontrolável, e é mesmo neste ponto que o filme consegue surpreender, pegar num mundo zombie e dar-lhe um toque diferente.
O gore visceral que Cronenberg nos habitou acaba por aparecer mais tarde, quando os parasitas em questão se começam a manifestar, não consegui deixar de me lembrar do “Alien” em vários momentos que acabaria por sair 4 anos mais tarde.
Se não basta-se tudo o que disse anteriormente ainda temos a belíssima Barbara Steele em cena, mesmo com pouco protagonismo é sempre uma lufada de ar fresco em qualquer filme.
Shivers surpreende mesmo sem grandes artifícios mostra mais uma vez, que com força de vontade e com alguma imaginação é possível fazer um bom filme de terror sem voltarmos a bater na mesma tecla vezes sem fim.
Realmente, prefiro os mais antigos do Cronnemberg, embora não tenho visto todos os recentes por causa de tempo pra tudo. Eu vi no sábado o interessante japonês
Maboroshi no Hikari que é drama. A real é que sou completamente sem regras pra ver filmes, há horas que simplesmente que nada quero ver tb. Esse Cronnemberg tenho original e vamos ser sinceros que visionáriio foi Cronnemberg, pois podemos pensar como uma pré-aids. Sim, Barbara Steele sempre com boa participação em qualquer filme.Até outra hora, Alucard.